Sou gaúcha, mas vim do Rio Grande do Sul para Brasília na década de 1970. Aqui trabalho, aqui criei meus filhos, que aqui se estabeleceram. Aqui nasceram meus netos.
Entretanto nas férias sempre viajo e visito meu estado natal. Vou recordar aqui alguns lugares que visito e que você também poderá conhecer numa de suas próximas viagens.
Em Porto Alegre, amo as margens do Guaíba - rio que banha a cidade - e o parque Farroupilha, cujo nome lembra a famosa Revolução liderada por Bento Gonçalves e outros, e pacificada por Caxias, no século XIX. A Revolução é lembrada em 20 de setembro, quando os gaúchos pertencentes a movimentos tradicionalistas desfilam pilchados pelas ruas. Pilchados significa usando a roupa típica do campo, com bombachas, esporas, cinturão, chapéu. E as prendas - as moças e senhoras - usam vestidos rodados. Diz o hino do Rio Grande do Sul :"Como aurora precursora do farol da divindade/foi o vinte de setembro precursor da liberdade (...)"
No sul do estado já visitei Rio Grande e Cassino, no mesmo município. Rio Grande é um porto marítimo e Cassino, uma bela praia, onde se encontram os chamados molhes, uma plataforma de pedra que avança para o Oceano, construída pelo homem, onde se pode andar num trenzinho até muitos metros sobre o mar.
Também visitei São José do Norte, em frente a Rio Grande, para onde se pode viajar numa barca. Ali o Claudio passou o início de sua infância, quando o pai dele era o policial chefe do destacamento da Brigada Militar (força policial do estado, semelhante à nossa Polícia Militar aqui no DF).
Fui também ao noroeste, à região das Missões, onde outrora os jesuítas viviam com os indígenas guaranis. Ali há ruínas de uma arquitetura por certo inspirada na arquitetura europeia e de aldeamentos que apresentavam organização para agricultura, pecuária, educação, saúde, indústria, inclusive de instrumentos musicais, e que foram depois destruídos numa guerra contra portugueses e espanhóis, em que as missões deveriam serem transpostas para outro território. As missões jesuíticas são lembradas num espetáculo de luz e som que é apresentado diariamente em São Miguel. Minha irmã mora numa cidade próxima, Santo Ângelo.
Na orla marítima, conheço Tramandaí e Cidreira, aonde costumo ir nas férias. Tramandaí fica ao lado de outra praia, Imbé, onde costumam aparecer botos, e onde fica um museu oceanográfico. É em Tramandaí que costumo comer um de meus pratos prediletos - à la minuta, que lá corresponde a uma refeição feita na hora com bife, batata frita, arroz e salada com alface e tomate. Não sei por quê, mas lá esse à la minuta é mais saboroso.
Gramado e Canela, na serra, mostram o encanto da Europa, trazido pelos imigrantes.
Não pretendo agora residir novamente no meu estado natal, porque o clima é excessivamente frio no inverno, mas devo continuar visitando o Rio Grande nos verões, passando alguns dias nesses lugares lindos.